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'Chorei várias vezes', diz presidente da Marvel sobre 'Vingadores: Ultimato'



Presidente da Marvel Studios e um dos homens mais poderosos de Hollywood, Kevin Feige, 45, viu na semana passada, no cinema particular da Disney, "Vingadores: Ultimato", o grande lançamento do estúdio em 2019 . "Estou orgulhoso e satisfeito", afirmou, no dia seguinte à exibição, em Los Angeles.

"Não chorei dessa vez, mas chorei várias vezes ao longo do caminho. Tenho o direito de me emocionar."

Funcionário da Marvel desde agosto de 2000, quando trabalhou como produtor associado de "X-Men", Feige se destacou pelo conhecimento das propriedades da Marvel e pela capacidade de traduzi-las para os estúdios que compraram os direitos dos personagens nos anos seguintes. Na época, a Marvel Studios não passava de um escritório funcionando acima de uma concessionária em Beverly Hills, com valor de mercado de US$ 400 milhões.
Em 2008, Feige começou a traçar os primeiros planos do que se tornaria a franquia mais rentável do cinema ao produzir "Homem de Ferro". "Não foi fácil. Todos os dias, eu duvidava do que estava fazendo", lembra-se ele, que bancou o diretor Jon Favreau e, principalmente, o ator Robert Downey Jr., que trazia uma aura de bad boy por causa dos problemas com drogas e prisões.
"Nada dá certo quando você confia demais no seu taco e acha que é fácil. Na Marvel, procuramos as decisões mais difíceis e arriscadas. Se não conseguimos, não repetimos o erro."
O executivo arriscou no fim de "Homem de Ferro" ao incluir uma pequena, mas significativa cena pós-créditos. Nela, Samuel L. Jackson aparece pela primeira vez como o personagem Nick Fury, o responsável pelo projeto Iniciativa Vingadores. Era a indicação de que a Marvel pararia de licenciar seus personagens dos quadrinhos para outros estúdios e continuaria a investir na produção própria.
Na época, ninguém sabia como o público reagiria a um personagem menor da Marvel, muito menos que isso seria uma garantia de projetos futuros com outros heróis da editora, como Thor, Hulk e Capitão América.
Mas Feige já tinha a intenção de criar diversos filmes com os personagens em voo solo, mas ambientados no mesmo universo, até colidirem em um grande evento chamado "Vingadores". "Sempre sonhei em levar os quadrinhos da Marvel para os cinemas", afirma Feige. "Mas acho que superamos isso em termos de sucesso e alcance global."
O presidente da Marvel Studios credita muito do sucesso da franquia a Downey Jr., mas admite que a compra da empresa pela Disney por US$ 4 bilhões, em 2009, foi essencial para o crescimento da marca.
Não haveria um Universo Cinematográfico Marvel se não tivéssemos sido comprados pela Disney", afirma Feige. "Não teria conseguido realizar tudo isso sozinho. Ter o estúdio ao nosso lado ao lançarmos o primeiro 'Vingadores', em 2012, foi a nossa grande reviravolta."
Sob a tutela da Disney, a Marvel Studios chegou a um combinado de US$ 17 bilhões em bilheteria. Até personagens secundários dos gibis, como "Pantera Negra" e "Capitã Marvel", ultrapassaram a marca de US$ 1 bilhão nos cinemas, mostrando que a empresa soube se adaptar à mudança de perfil do público.
"Era uma direção que estávamos planejando há anos, mas ter os dois filmes rendendo acima do esperado é maravilhoso para o mundo, para a indústria e para a Marvel", conta ele. "Temos muitos personagens diferentes e nosso público agora é global, composto de pessoas de vários tipos. Queremos que todos se vejam nas telas."
"Vingadores: Ultimato", que estreia no Brasil em 25 de abril, é o auge dos 22 filmes do estúdio em 11 anos. É a segunda parte de um evento que começou em "Vingadores: Guerra Infinita" (2018) e promete mudar para sempre os status dos personagens adorados por milhões. Feige não abre a boca para adiantar detalhes sobre a luta dos heróis contra Thanos (Josh Brolin), um titã que reuniu as joias do infinito e dizimou metade da população do universo com um estalar de dedos.
A reportagem teve acesso a duas cenas da produção. A primeira mostra o início do longa com Tony Stark (Downey Jr.) à deriva no espaço com Nebulosa (Karen Gillan). O herói grava uma mensagem para a sua grande paixão, Pepper Potts (Gwyneth Paltrow), que equilibra bem o humor do personagem com a urgência do momento. Na cena seguinte, os heróis localizam o planeta onde Thanos estaria usando as joias para moldar a realidade novamente e decidem ir atrás do vilão.
A trama está sendo guardada como segredo de Estado, mas sabe-se que Chris Evans (Capitão América) e Robert Downey Jr. (Homem de Ferro) não desejam retornar aos personagens. Mas espera-se que a bilheteria do fim de semana alcance os US$ 260 milhões, a maior da história -as pré-vendas nos EUA são cinco vezes maiores que as do filme anterior. "Nossa decisão foi criar uma história que levasse os nossos 22 filmes a uma conclusão", resume Kevin Feige. "Toda boa história tem um fim."
Mas o fim sempre é relativo em Hollywood. O Homem-Aranha foi uma das vítimas de Thanos, mas a sequência "Homem-Aranha: Longe de Casa" já chega aos cinemas em julho. Ainda não há nenhum anúncio oficial sobre quais heróis farão parte da nova fase da Marvel, no entanto, Angelina Jolie e Kumail Nanjiani estariam fechando para participarem de "Os Eternos"; "O Mestre do Kung Fu" deve começar a ser filmado na Austrália em breve; e a Disney não deixaria de produzir a continuação de "Pantera Negra". "Começar a imaginar as diversas maneiras de recomeçar com algo refrescante é criativamente empolgante. Já estamos pensando no estágio seguinte", diz ele misteriosamente.
Não é preciso ser um gênio de Hollywood para saber que a mente de Feige já está planejando a chegada dos personagens dos universos de X-Men e Quarteto Fantástico -que vêm como parte do portfólio da Fox, comprada pela Disney, ano passado, por US$ 71 bilhões. "Os detalhes ainda precisam ser vistos e ainda vamos demorar anos para anunciá-los. Temos um longo plano, mas posso finalmente dizer que esses personagens estão de volta para sua casa", anima-se ele.
"A maioria das empresas tem controle sobre suas propriedades intelectuais, mas não a Marvel. Agora temos o retorno de milhares de personagens. Isso é um alívio."
Feige entende a preocupação de alguns fãs com personagens mais adultos, caso de "Deadpool", que lidera dois filmes de sucesso com censura alta. "Bob Iger [presidente da Disney] já falou que não precisamos consertar o que não está quebrado. Então, se o tom funciona para essa franquia, por que mudaríamos?", questiona o executivo.
"Ouvi a mesma coisa quando anunciei que Thor faria parte do mesmo universo do Homem de Ferro. Parte da diversão é fazer os personagens se encaixarem da maneira correta. Tenho certeza que daremos um jeito nisso. Quero contar essas histórias por muitos e muitos anos."

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